Ronaldo Luís Nazário de Lima nasceu em Itaguaí dia 18 de setembro de 1976, Filho caçula de Sônia dos Santos Barata e Nélio Nazário de Lima, Ronaldo possui dois irmãos: Ione e Nélio Nazário de Lima Júnior (também conhecido como Nelinho), popularmente conhecido como Ronaldo Fenômeno, é um empresário e ex-jogador de futebol brasileiro que atuava como centroavante, amplamente reconhecido como um dos melhores de todos os tempos.
O diminutivo Ronaldinho surgiu na Copa do Mundo de 1994, para distingui-lo de Ronaldão, companheiro mais velho. Já o apelido de Fenômeno foi forjado pela imprensa italiana, quando defendeu a camisa da Internazionale. Em seu auge, ficou conhecido pelas suas arrancadas, dribles e sua capacidade de finalização. Foi eleito o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA em 1996, 1997 e 2002.
Ronaldo teve uma infância pobre Apaixonado por futebol, costumava matar aulas em Bento Ribeiro para dançar no clube Valqueire Tênis Clube, perto de sua casa. Chegou a tentar treinar no Flamengo, mas por não ter dinheiro para pagar as quatro conduções até a sede do time, foi parar no São Cristóvão. Além de ser mais perto de sua casa, o próprio clube lhe deu dinheiro para o transporte.
Aos 14 anos, teve seu passe comprado pelos empresários Alexandre Martins e Reinaldo Pitta por 7 500 dólares. O jovem, que não conseguiu treinar no Flamengo, seria "perdido" por outros dois grandes clubes, Botafogo e São Paulo: para o alvinegro, o empresário Reinaldo Pitta quis doar 50% do passe do jovem, que teria uma boa vitrine. Com a negativa, Ronaldo foi oferecido por 25 mil reais ao tricolor, que quis pagar 15 mil.
Jairzinho o viu no São Cristóvão e pagou dez mil dólares pelo menino. Revendeu-o para uma ex-equipe sua, o Cruzeiro. A equipe mineira ficou convencida a aceitá-lo após Ronaldo salvar-se em meio à má campanha da Seleção Brasileira sub-17 que disputou no campeonato sul-americano da categoria, em que o garoto foi artilheiro com oito gols, enquanto o Brasil terminou em quarto lugar e fora do Campeonato Mundial Sub-17 de 1993, primeira e única vez em que o time não se classificou para o torneio.
Seleção Nacional
Ronaldo recebeu as primeiras convocações para as Seleções de base do Brasil quando ainda estava no São Cristóvão. Foi artilheiro do Campeonato Sul-Americano Sub-17 na Colômbia, em 1993, sendo o único destaque individual do time que terminou apenas em quarto lugar e fora do Campeonato Mundial de Futebol Sub-17 de 1993. Recebeu a primeira chance na Seleção principal em março de 1994, às vésperas da Copa do Mundo FIFA de 1994, em jogo contra a Argentina.
Foi usado também em amistoso contra a Islândia em maio, o último antes da convocação a ser feita pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Ronaldo marcou um dos gols na vitória por 3–0 e foi incluído pelo treinador entre os 22 convocados para a Copa do Mundo de 1994, desbancando o experiente Evair. Já nos Estados Unidos, entretanto, não agradou a Parreira nos treinamentos, e foi deixado de lado. Na decisão, muitos já pediam pelo garoto de dezessete anos, o mais jovem daquele mundial, mas Parreira preferiu chamar do banco Viola. Convocado para uma Copa do Mundo com apenas dezessete anos de idade, foi comparado ao compatriota Pelé, que estreou na competição com a mesma idade na Copa do Mundo de 1958.
Ainda assim, o jogador, campeão sem jogar, já despertava certezas de seu potencial. Enzo Bearzot, técnico da Itália na vitoriosa Copa do Mundo de 1982, já o chamava de "Fenômeno", e o pensamento geral era de que o garoto triunfaria na Copa seguinte. Um ano depois, Ronaldo conseguiu seu primeiro troféu com a Seleção principal, em um torneio amistoso organizado pela Umbro entre as Seleções cujos uniformes eram feitos pela empresa britânica. Ele marcou um dos gols no 3–1 contra a Inglaterra, em pleno Wembley, na decisão. Em 1995, ainda sem espaço, integrou o grupo que disputou e perdeu a Copa América daquele ano, para o anfitrião Uruguai.
Já com o seu lugar na Seleção, retornou com a delegação brasileira aos Estados Unidos, agora para participar das Olimpíadas de 1996. Devido à recuperação da lesão que lhe tirara lugar no PSV, Ronaldo foi poupado da partida inaugural, com o técnico Zagallo escalando Sávio em seu lugar. Com a derrota do Brasil para o Japão, foi escalado como titular já no segundo jogo. Nos Jogos de Atlanta, Ronaldo marcaria cinco gols e seria um dos poucos poupados quando o Brasil caiu nas semifinais perante a Nigéria, restando um bronze decepcionante.
Como a grande estrela
Um ano depois, agora uma estrela mundial, vindo de grande temporada no Barcelona, Ronaldo jogou a Copa América de 1997 e voltou campeão, com cinco gols marcados, jogando contra a anfitriã, a Bolívia, na altitude de La Paz (em que ele marcou uma vez na vitória de 3–1). Pouco depois, participou ativamente do primeiro título do Brasil na Copa das Confederações de 1997. Todavia, tinha de conviver em meio à conquista com um séquito de jornalistas à caça de sua imagem, tirando-lhe bastante espaço, tranquilidade e calma. Um ano depois, sendo o principal personagem e referência da Seleção – ainda mais após o corte de Romário –, jogou pela primeira vez uma Copa do Mundo FIFA.
Em um amistoso pela Seleção do Resto do Mundo em 1997, ao lado de Gabriel Batistuta no ataque, Ronaldo teve grande atuação e conduziu o Resto do Mundo a uma goleada por 5–2 contra a Seleção da Europa, com dois gols de cada. Os europeus tinham nomes como Fernando Hierro, Alessandro Costacurta, Zinédine Zidane e Patrick Kluivert.
O Mundial da França, em 1998, prometia ser a consagração do atacante brasileiro. Ronaldo, que foi ao torneio como duas vezes o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA, marcou quatro vezes: um gol contra o Marrocos (3–0), na primeira fase; dois contra o Chile (4–1), nas oitavas; e um contra a Holanda (1–1), nas semifinais, tendo ainda acertado a sua cobrança na decisão por pênaltis nesta partida. Tudo isso a despeito de sofrer com lesões na perna (que ele tratava com analgésicos), agravadas na partida contra o Marrocos; na Copa de 1998, Ronaldo deu arranques curtos seguidos por períodos de quase apatia em campo. A mídia também não ajudava: durante o torneio, mais de mil jornalistas andavam atrás do astro, bem como os patrocinadores.
Horas antes da decisão, contra a anfitriã França, Ronaldo foi abatido por uma misteriosa convulsão, diagnosticada desde como estresse até como ataque epilético. Deixou o hospital onde foi levado apenas 75 minutos antes da partida. Vendo que seu principal jogador não tinha condições de jogo, Zagallo optou por escalar Edmundo em seu lugar, mas o próprio Ronaldo apareceu, a 40 minutos do início da partida, declarando-se apto, o que dividiu o grupo entre aqueles que defendiam não mais alterações na escalação, já divulgada, como aqueles que queriam a inclusão do Fenômeno entre os finalistas titulares.
Ronaldo mal andou em campo, apenas observando os franceses ganharem por 3–0 e levarem pela primeira vez a Copa. O assunto continuou a render por muito tempo, sendo abordado até quando Ronaldo foi chamado a comparecer em uma CPMI, em 2001. Uma provável causa foi os altos níveis de estresse decorrentes da pressão exercida pela imprensa, patrocinadores e da torcida brasileira, que esperava muito dele.Segundo o jornalista Jorge Kajuru, Ronaldo tomava Xylocaina, um remédio para alívio da dor, e o médico da Seleção Brasileira, Lídio Toledo, "estava gagá" ao permitir a aplicação do remédio, pois na bula do medicamento consta convulsão como um dos efeitos colaterais.
Como na Copa de 1998, na Copa América de 1997 e nas Olimpíadas de 1996, marcou outros cinco gols na Copa América de 1999, dois deles contra os rivais Argentina (2–1, quartas de final) e Uruguai (3–0, decisão). Afastado dos jogos da Internazionale devido ao joelho estourado, acabou não chamado para a Copa das Confederações de 1999, em que o Brasil perdeu o título para o México. Seguidas lesões no joelho, a mais grave em 2000, foram lhe afastando também da Seleção.
Renascendo para a Seleção Brasileira
Sem ritmo de jogo e com uma imensa cicatriz no joelho direito, foi ainda assim chamado para a Copa do Mundo FIFA de 2002 por Luiz Felipe Scolari.Depois de dois anos, voltou a jogar pela Seleção em março, num amistoso contra a Iugoslávia. Voltou a marcar no final de maio, numa goleada por 4–0 contra a Malásia.[103] A Copa veio e o Fenômeno ressurgiu, marcando oito vezes, deixando de anotar um tento apenas contra a Inglaterra. A artilharia do mundial incluiu os dois gols na decisão, contra a Alemanha.
Fachada do prédio Oberbaumbrücke em Berlin-Kreuzberg, na Alemanha, que retrata Ronaldo e Ronaldinho com a camisa da Seleção Brasileira
A campanha na Copa foi determinante para que ele voltasse a ser levado seriamente, bem como para que recebesse pela terceira vez o prêmio de Melhor Jogador do Mundo pela FIFA, ao final do ano.
Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006, Ronaldo marcou dez gols e deu seis assistências, repetindo assim Tostão em 1970 e Zico em 1978 como artilheiro e líder de assistências do Brasil em uma Eliminatória Sul-Americana. O atacante voltou a ser intocável na Seleção, o que incluiu regalias dadas pelo técnico Carlos Alberto Parreira, que o dispensava de competições menos priorizadas, costumando chamá-lo apenas para as Eliminatórias. Quatro anos se passaram sem que Ronaldo disputasse algum torneio pelo Brasil, só sendo chamado por conta do Mundial da Alemanha. Na ocasião, ele já não era a maior estrela do Brasil, e sim seu xará e fã Ronaldinho Gaúcho, com quem compunha o "Quadrado Mágico", ao lado de Kaká e Adriano.
Despedida
Em 2011, Ronaldo fez seu jogo de despedida da Seleção em um amistoso contra a Romênia, em São Paulo, que terminou com vitória do Brasil por 1–0.