A carreira Fenomenal

Ronaldo teve uma infância pobre, embora não miserável. Apaixonado por futebol, costumava matar aulas em Bento Ribeiro para dançar no clube Valqueire Tênis Clube, perto de sua casa. Chegou a tentar treinar no Flamengo, mas por não ter dinheiro para pagar as quatro conduções até a sede do time, foi parar no São Cristóvão. Além de ser mais perto de sua casa, o próprio clube lhe deu dinheiro para o transporte.

Aos 14 anos, teve seu passe comprado pelos empresários Alexandre Martins e Reinaldo Pitta por 7 500 dólares.O jovem, que não conseguiu treinar no Flamengo, seria "perdido" por outros dois grandes clubes, Botafogo e São Paulo: para o alvinegro, o empresário Reinaldo Pitta quis doar 50% do passe do jovem, que teria uma boa vitrine. Com a negativa, Ronaldo foi oferecido por 25 mil reais ao tricolor, que quis pagar 15 mil.

Jairzinho o viu no São Cristóvão e pagou dez mil dólares pelo menino. Revendeu-o para uma ex-equipe sua, o Cruzeiro. A equipe mineira ficou convencida a aceitá-lo após Ronaldo salvar-se em meio à má campanha da Seleção Brasileira sub-17 que disputou no campeonato sul-americano da categoria, em que o garoto foi artilheiro com oito gols, enquanto o Brasil terminou em quarto lugar e fora do Campeonato Mundial Sub-17 de 1993, primeira e única vez em que o time não se classificou para o torneio.

Cruzeiro

Foi com 16 anos que Ronaldo fez sua estreia no futebol profissional, defendendo o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro de 1993. Na Raposa, foi logo tratado como fora-de-série, sendo o primeiro atleta amador a viver na concentração dos profissionais. Antes do torneio nacional, Ronaldo havia disputado somente amistosos e partidas de nível local pelo Cruzeiro, além de acompanhar a delegação do time a Porto Alegre, onde ocorreria a decisão da Copa do Brasil, contra o Grêmio.

Seu primeiro gol pelo time profissional foi marcado em amistoso contra a equipe portuguesa d'Os Belenenses, cuja torcida o aplaudiu de pé ao fim da partida. Voltou da excursão por Portugal despertando interesses italianos, recebendo a primeira sondagem da Internazionale de Milão, recusada mesmo com proposta de 500 mil dólares — uma valorização de 1 000% do seu passe em cinco meses. Já a primeira exibição em rede nacional de televisão foi em 7 de setembro daquele ano, em um jogo do seu clube, Cruzeiro, contra o Corinthians.

Destaque da equipe cruzeirense naquele Brasileiro, Ronaldo marcou 12 gols no torneio nacional em 14 partidas, tendo sido o terceiro maior goleador da competição. Em uma de suas memoráveis partidas, no dia 7 de novembro o atacante marcou cinco gols contra o Bahia, humilhando o celebrado goleiro adversário, o uruguaio Rodolfo Rodríguez, que perdeu a bola para ele em um dos gols. Jogando também na equipe júnior, foi artilheiro do Cruzeiro na Supertaça Minas Gerais e tirou o clube de um jejum de quatro anos sem vencer o rival Atlético Mineiro na categoria.

Ainda naquele ano, o jovem Ronaldo sagrou-se artilheiro da Supercopa da Libertadores, com oito gols, e foi convocado para jogar na Seleção Brasileira Sub-17. A decisão seguinte foi a Recopa Sul-Americana, contra o São Paulo. Nela, Ronaldo teve seu primeiro grande revés como profissional: a decisão encaminhou-se para os pênaltis e Zetti defendeu a cobrança do jovem, garantindo o título aos tricolores. O ano terminou com o seu passe valendo 10 milhões de dólares.

Na temporada seguinte, em 1994, Ronaldo seguiu mais uma vez como destaque do Cruzeiro. O atacante foi o artilheiro do Campeonato Mineiro, com 22 gols. Logo, o jovem jogador chamou a atenção de clubes europeus e, em uma transferência de 6 milhões de dólares, foi para o PSV Eindhoven, da Holanda. Ronaldo deixou o Cruzeiro pouco antes da Copa do Mundo FIFA de 1994, com uma expressiva marca de 44 gols em 47 partidas.

PSV Eindhoven

No PSV Eindhoven, da Holanda, Ronaldo destacou-se mais uma vez como artilheiro, tendo marcado 54 gols em 57 partidas no total. Na Eredivisie, mesmo sem dominar a língua neerlandesa (o que lhe atrapalhava na comunicação com os colegas), foi artilheiro com 30 gols, doze a mais que o rival criado pela imprensa para ele, Patrick Kluivert, dois meses mais velho e jogador do Ajax. O Ajax, cujo forte time seria campeão da Liga dos Campeões da UEFA, acabaria campeão também da Eredivisie — o PSV terminou em terceiro.

A Internazionale continuava a rondar - ao final da temporada, em maio, um representante sondou os dirigentes do PSV, e o próprio vice-presidente foi conversar com o jogador na véspera de um Brasil e Uruguai (em que ele marcou os dois gols na vitória por 2–0). Os interistas, no momento, acabaram fechando com outro membro da delegação brasileira, Caio.

Ainda em 1995, seus primeiros problemas no joelho começaram a se manifestar. A primeira cirurgia ocorreria em fevereiro do ano seguinte, após uma ressonância magnética constatar inflamações nos joelhos e calcificação no direito, joelho em que passou então por uma "raspagem" na cartilagem. Apesar da recomendação de passar por uma recuperação lenta, no final de abril Ronaldo já estava de volta aos campos, mas frequentando o banco. A reserva imposta pelo técnico Dick Advocaat começou a irritá-lo. Ronaldo não perdoaria o treinador após ser usado apenas nos quinze minutos finais da decisão da Copa dos Países Baixos. O torneio foi conquistado, no que seria a última partida do jovem na equipe da Philips: voltaria dos Jogos Olímpicos de Verão de 1996 já como jogador do Barcelona.

Barcelona
Eleito Melhor do Mundo

No meio daquele ano, Ronaldo transferiu-se para o Barcelona, da Espanha, por 20 milhões de dólares, à semelhança de sua dupla de ataque na Seleção Brasileira, Romário, outro a sair do PSV rumo ao Barça. Ronaldo faria jus ao dinheiro gasto: com atuações excepcionais, fechou o ano de 1996 com dezessete gols em vinte partidas. Acabaria eleito pela primeira vez o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1996, se tornando o jogador mais jovem a ganhar o prêmio, com apenas 20 anos.

A temporada 1996–97, sua única pelo clube catalão, encerrou-se sem o título espanhol, que por dois pontos ficou com o rival Real Madrid. Ainda assim, Ronaldo foi o artilheiro do Campeonato Espanhol com 34 gols em 37 jogos, ganhando a Chuteira de Ouro da UEFA; e levantou a taça da Copa do Rei e da Recopa Europeia, com gol dele na decisão contra o Paris Saint-Germain. Feliz na Catalunha, foi com espanto que divulgou-se que a Internazionale finalmente conseguira acertar com ele, pagando a multa rescisória de 32 milhões de dólares; a razão teria sido a negação do presidente blaugrana Josep Lluis Núñez em aumentar o salário do atacante.

Internazionale
Surge o apelido "Fenômeno"

Os empresários Pitta e Martins, que pediram pelo aumento, negociaram com outras equipes italianas, dentre elas Juventus e Lazio, até fechar com a Inter. Ronaldo estava na Noruega, onde o Brasil faria um amistoso contra a Seleção Norueguesa (perderia por 4–2), quando a transferência foi concretizada, e não escondeu a decepção em deixar o Barcelona. Ainda assim, declarou-se feliz com o desafio de jogar na Itália. O contrato seria assinado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde realizava-se a Copa América.

Foi na Inter que o Fenômeno viveu uma de suas piores crises, com a contusão em 2000 contra a Lazio, e de suas melhores glórias com a conquista da Copa do Mundo FIFA de 2002

A Inter não ganhava a Serie A havia sete anos e Ronaldo, usando a camisa 10 (o seu característico número 9 pertencia ao chileno Iván Zamorano) não decepcionou o clube: encerrou o ano de 1997 com quatorze gols em dezenove jogos oficiais. Assim, o atacante novamente foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA, o que levou a entusiasmada imprensa italiana a apelidá-lo de Il Fenomeno. Recebeu também a Bola de Ouro da France Football (a publicação francesa o ignorara no ano anterior em favor do alemão Matthias Sammer).

Na Inter, Ronaldo continuou a fazer seus gols e terminou o campeonato na vice artilharia, com 25, dois a menos que o alemão Oliver Bierhoff, mas sendo o estrangeiro que mais gols fez em sua temporada de estreia na Serie A. Entretanto, o título seria polemicamente perdido para a arquirrival Juventus, em um confronto direto em que um pênalti não-marcado de Mark Iuliano sobre ele repercutiu por semanas no país. 1997–98 veria como consolação o título da Copa da UEFA.

Real Madrid

Inicialmente, Ronaldo se ofereceu à sua ex-equipe, o Barcelona. Em crise, o clube catalão não podia arcar com a multa rescisória. O rival Real Madrid então veio e, por 45 milhões de euros, o levou em 31 de agosto de 2002, quando se esgotava o prazo para as inscrições na temporada 2002–03.

Estreou pelo clube merengue no dia 6 de outubro, em partida contra o Alavés, tendo marcado duas vezes na vitória por 4 a 2. Apesar da ótima estreia, sofreria com vaias nos jogos seguintes, em decorrência da frequência apenas razoável de gols, e também pelo fato de que seus substitutos contumazes — Fernando Morientes, Guti e Javier Portillo — costumarem marcar nos poucos minutos em que tinham em campo. Substituições, por sinal, frequentes: nos 35 primeiros jogos em que fez pelo Real, saiu no decorrer de 22 partidas.

Pintura de Antonio Guijarro Morales, representando o El Clásico, com as imagens de Ronaldo Fenômeno, pelo Real Madrid e Ronaldinho Gaúcho, pelo Barcelona

Mesmo eleito pela terceira vez o melhor jogador do mundo pela FIFA ao final de 2002, as vaias só sossegaram após sua grande atuação contra o Manchester United, na Liga dos Campeões. Na casa do adversário, em Old Trafford, Ronaldo marcou três vezes na derrota por 4–3, que classificou o time às semifinais. Entretanto, novamente a Juventus apareceu-lhe: o clube italiano acabou eliminando os blancos nas semifinais. A frustração foi compensada com o título espanhol, o primeiro campeonato nacional em que Ronaldo saboreou conquistar. O troféu, disputado acirradamente com a Real Sociedad, foi garantido com vitória sobre o Athletic Bilbao com dois gols dele, que, com 23 tentos, foi o artilheiro da La Liga.

Ronaldo foi a terceira contratação galáctica do time madrilenho: os dois primeiros foram seu ex-colega de Barcelona, Luís Figo, em 2000, e o francês Zinédine Zidane, em 2001. O clube reunia ainda as estrelas mundiais Raúl e Roberto Carlos. A temporada de 2003–04 começou com um novo galáctico, este em que o peso das receitas de marketing eram assumidamente maiores do que o da técnica: David Beckham.

O estelar elenco acabaria naufragando nos torneios: ficou apenas em quarto no Espanhol, perdeu a decisão da Copa do Rei para o modesto Real Zaragoza e, na Liga dos Campeões, caiu ante ao futuro vice-campeão Monaco. O jejum continuou na de 2004–05 e 2005–06; para piorar, foram temporadas em que o rival Barcelona conseguiu o título espanhol em ambas, além da Liga dos Campeões na segunda.

A temporada 2006–07 começou sem Florentino Pérez na presidência, responsável pelas contratações galácticas, e com o clube preocupando-se em voltar aos títulos. Ronaldo passou a ser sombreado pela contratação do centroavante holandês Ruud van Nistelrooy. Sem chances com o treinador Fabio Capello e constantemente sendo alvo de críticas por conta do peso, o brasileiro decidiu deixar o Real no decorrer da temporada.

Milan

Acertou sua volta a Milão, mas não na Internazionale e sim em um rival: o Milan. A transferência foi oficializada em 18 de janeiro de 2007 pela bagatela de 7,5 milhões de euros, e Ronaldo recebeu a camisa de número 99, já que a 9 pertencia a Filippo Inzaghi. O brasileiro estreou no dia 11 de fevereiro, numa vitória por 2 a 1 contra o Livorno, tendo saído do banco de reservas e entrado aos 18 minutos do segundo tempo, no lugar de Ricardo Oliveira. Marcou seus primeiros gols pelo rossonero no dia 17 de fevereiro, na vitória fora de casa por 4 a 3 contra o Siena, em jogo válido pela Serie A.

O Milan tinha poucas condições de vencer o Campeonato Italiano: iniciara a competição com oito pontos negativos, como punição do envolvimento do clube no que ficou conhecido como Calciocaos, escândalo de manipulação de resultados. Na Liga dos Campeões, Ronaldo não poderia jogar: o regulamento impedia que um mesmo jogador defenda duas equipes diferentes, e ele já havia atuado pelo Real; assim acabou assistindo das tribunas os colegas vencerem o torneio. No Milan, ele voltou a deixar crescer os cabelos, em uma forma de diferenciar-se dos tempos de Internazionale, onde ostentava uma careca bem raspada.

A estrutura do clube rossonero permitiu-lhe descobrir que possuía hipotiroidismo, razão de sua engorda. Ronaldo tratou o problema e iniciou a temporada 2007–08 cinco quilos e meio mais magro. O Fenômeno também formou um trio com os compatriotas Kaká e Alexandre Pato denominado Ka-Pa-Ro.

A promissora temporada, entretanto, acabaria para ele em 13 de fevereiro de 2008, num jogo contra o Livorno. Após substituir Alberto Gilardino no segundo tempo, Ronaldo, em sua primeira participação no jogo, acabou se lesionando na hora de um salto, saindo de campo em seguida chorando, em uma noite que relembrou a ocasião em que lesionou o joelho contra a Lazio, em 2000. A temporada 2007–08 encerrou-se com Ronaldo parado e desligado do Milan, que decidiu não renovar o seu contrato.

Corinthians

A princípio, o interesse do Corinthians na contratação de Ronaldo foi tratado como algo impossível no Parque São Jorge. Em uma reunião para falar sobre a permanência do meio-campista Morais na equipe corintiana, também empresariado por Fabiano Farah, o assunto Fenômeno surgiu na pauta. Após vários dias treinando na Gávea e sem receber nenhum projeto para ficar no clube, Ronaldo acertou a sua volta ao Brasil depois de 14 anos e acertou com o Corinthians. No dia 9 de dezembro de 2008, o anúncio da contratação do Fenômeno foi feito pelo presidente corintiano Andrés Sanchez através do site oficial do clube. Já no dia 12 de dezembro, a diretoria organizou uma festa pela chegada do jogador no clube com a presença de torcedores no Estádio Alfredo Schürig. Ronaldo assinou oficialmente o contrato em 17 de dezembro. De acordo com o contrato, o atacante receberia o valor fixo de 400 mil reais mais o valor do patrocínio na camisa do clube, onde 20% seriam do patrocinador principal e 80% da manga e calção.

Durante os primeiros dois meses no Corinthians, Ronaldo realizou trabalhos físicos para que pudesse ter condições para retornar aos gramados. Aos poucos, o jogador começou a treinar junto aos demais atletas do elenco corintiano e aumentavam as expectativas para sua reestreia no futebol brasileiro.

No dia 4 de março de 2009, Ronaldo fez seu retorno ao futebol em partida contra o Itumbiara, pela Copa do Brasil. O jogador, que começou o jogo entre os reservas, jogou por vinte e sete minutos durante o segundo tempo.

Contra o Itumbiara na Copa do Brasil de 2009, Ronaldo entrou aos 32 min. do 2º tempo e fez sua estreia pelo Timão

Na partida seguinte, um clássico contra o Palmeiras no dia 8 de março, válido pelo Campeonato Paulista, o técnico Mano Menezes novamente deixou Ronaldo entre os reservas e o colocou durante o segundo tempo. E aos 47 minutos da segunda etapa, o atacante marcou seu primeiro gol como jogador do Corinthians (de cabeça, após cobrança de escanteio realizada por Douglas), gol este que assegurou o empate contra a equipe palmeirense. O gol foi assunto em vários portais de notícias em todo o mundo. Três dias depois, em sua terceira partida após seu retorno ao futebol, contra o São Caetano, Ronaldo foi escalado pela primeira vez como titular. Além de jogar durante mais de 80 minutos, o atacante marcou o gol da vitória corintiana. Nesta campanha do Corinthians no Campeonato Paulista, Ronaldo mostrou-se um dos principais jogadores da equipe; mesmo muito acima do seu peso ideal, marcou oito gols nas dez partidas que disputou, e novamente chamou a atenção internacional por suas atuações destacadas, especialmente na segunda partida da semifinal contra o São Paulo e na decisão contra o Santos, onde o Corinthians sagrou-se campeão do Paulistão daquele ano. Ainda neste mesmo ano, foi fundamental para o título da Copa do Brasil, marcando um gol na partida de ida da decisão, contra o Internacional, e garantindo a vaga para a Copa Libertadores da América do ano seguinte. Finalizou sua primeira temporada no Timão com um total de 23 gols, sendo 12 deles pelo Campeonato Brasileiro.

O ano de 2010 não foi tão bom para Ronaldo. Em má forma e sofrendo com seguidas lesões, o Fenômeno entrou em campo poucas vezes naquele ano e viu o Corinthians ser eliminado pelo Flamengo na Libertadores, principal ambição do clube no ano de seu centenário. Neste ano, foram apenas 27 partidas realizadas pelo jogador, sendo onze pelo Campeonato Brasileiro, onde marcou seis gols.

Jogando com a camisa do Corinthians, Ronaldo foi campeão logo nos dois primeiros torneios que disputou: o Campeonato Paulista de 2009 e a Copa do Brasil. Além dos resultados esportivos, a parceria entre Ronaldo e Corinthians também rendeu fora de campo, onde o valor de patrocínio do clube chegou a 30 milhões de reais, maior valor pago a um clube brasileiro na história. Porém, o principal propósito do time corintiano, a Copa Libertadores da América, não foi conquistado pelo jogador, já que o time foi eliminado pelo Flamengo em 2010, devido à regra do gol fora de casa, e pelo Tolima em 2011, ainda na fase preliminar, conhecida como Pré-Libertadores.

Seleção Brasileira

Ronaldo recebeu as primeiras convocações para as Seleções de base do Brasil quando ainda estava no São Cristóvão. Foi artilheiro do Campeonato Sul-Americano Sub-17 na Colômbia, em 1993, sendo o único destaque individual do time que terminou apenas em quarto lugar e fora do Campeonato Mundial de Futebol Sub-17 de 1993. Recebeu a primeira chance na Seleção principal em março de 1994, às vésperas da Copa do Mundo FIFA de 1994, em jogo contra a Argentina.

Foi usado também em amistoso contra a Islândia em maio, o último antes da convocação a ser feita pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Ronaldo marcou um dos gols na vitória por 3–0 e foi incluído pelo treinador entre os 22 convocados para a Copa do Mundo de 1994, desbancando o experiente Evair. Já nos Estados Unidos, entretanto, não agradou a Parreira nos treinamentos, e foi deixado de lado. Na decisão, muitos já pediam pelo garoto de dezessete anos, o mais jovem daquele mundial, mas Parreira preferiu chamar do banco Viola. Convocado para uma Copa do Mundo com apenas dezessete anos de idade, foi comparado ao compatriota Pelé, que estreou na competição com a mesma idade na Copa do Mundo de 1958.

Ainda assim, o jogador, campeão sem jogar, já despertava certezas de seu potencial. Enzo Bearzot, técnico da Itália na vitoriosa Copa do Mundo de 1982, já o chamava de "Fenômeno", e o pensamento geral era de que o garoto triunfaria na Copa seguinte. Um ano depois, Ronaldo conseguiu seu primeiro troféu com a Seleção principal, em um torneio amistoso organizado pela Umbro entre as Seleções cujos uniformes eram feitos pela empresa britânica. Ele marcou um dos gols no 3–1 contra a Inglaterra, em pleno Wembley, na decisão. Em 1995, ainda sem espaço, integrou o grupo que disputou e perdeu a Copa América daquele ano, para o anfitrião Uruguai.

Já com o seu lugar na Seleção, retornou com a delegação brasileira aos Estados Unidos, agora para participar das Olimpíadas de 1996. Devido à recuperação da lesão que lhe tirara lugar no PSV, Ronaldo foi poupado da partida inaugural, com o técnico Zagallo escalando Sávio em seu lugar. Com a derrota do Brasil para o Japão, foi escalado como titular já no segundo jogo. Nos Jogos de Atlanta, Ronaldo marcaria cinco gols e seria um dos poucos poupados quando o Brasil caiu nas semifinais perante a Nigéria, restando um bronze decepcionante.

Clubes

EquipeTemporadaCampeonato
nacional
Copas
nacionais
Competições
continentais
Outros
torneios
Total
JogosGolsJogosGolsJogosGolsJogosGolsJogosGols
Cruzeiro19931512481082928
1994---228121272928
Total---3412931355856
PSV Eindhoven1994–95333012233635
1995–96131231562119
Total464243795754
Barcelona1996–97373458754947
Total373458754947
Internazionale1997–983225431164734
1998–99191430612815
1999–0073100083
2001–021071050167
Total6849932279959
Real Madrid2002–033123101274430
2003–04322473944831
2004–053421101034524
2005–06231421202715
2006–07712142134
Total127831353716177104
Milan2006–071470000147
2007–0862000062
Total2090000209
Corinthians20092012831083823
201011673932712
2011--202040
Total3118839321116935
Total na Carreira343247392294505246529364

Seleção Brasileira

Ano
JogosGolsMédia
1994410,25
1995730,42
1996540,80
199720150,75
19981150,45
19991190,81
200213110,84
2003830,37
20041280,66
2005510,20
2006870,87
2011100
Total105670,63


Gols em Copa do Mundo

Estão listados abaixo os quinze gols de Ronaldo, o 2º maior artilheiro da história da Copa do Mundo FIFA. Foram quatro gols em 1998, oito em 2002 e três em 2006. Em 1994, Ronaldo foi convocado mas não chegou a entrar em campo.

#DataLocalAdversárioPlacarResultadoEdição
1.16 de junho de 1998Stade de la BeaujoireNantesFrançaMarrocos1–03–01998
2.27 de junho de 1998Parc des PrincesParisFrançaChile3–04–1
3.4–1
4.7 de julho de 1998Stade VélodromeMarselhaFrançaHolanda1–01–1
5.3 de junho de 2002Munsu Cup StadiumUlsanCoreia do SulTurquia1–12–12002
6.8 de junho de 2002Jeju World Cup StadiumSeogwipoCoreia do SulChina4–04–0
7.13 de junho de 2002Suwon World Cup StadiumSuwonCoreia do SulCosta Rica1–05–2
8.2–0
9.17 de junho de 2002Kobe Wing StadiumKobeJapãoBélgica2–02–0
10.26 de junho de 2002Saitama StadiumSaitamaJapãoTurquia1–01–0
11.30 de junho de 2002Estádio Internacional de YokohamaYokohamaJapãoAlemanha1–02–0
12.2–0
13.22 de junho de 2006WestfalenstadionDortmundAlemanhaJapão1–14–12006
14.4–1
15.27 de junho de 2006Gana1–03–0


Títulos

Cruzeiro
PSV Eindhoven
Barcelona
Internazionale
Real Madrid
Corinthians
Seleção Brasileira

Prêmios individuais

Artilharias

Vice artilharias

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ronaldo_Naz%C3%A1rio#